As sementes

Descobre as histórias e os poderes das sementes da Amazónia que dão vida às nossas criações artesanais.

O rei da Amazónia

O Açaí

O açaí, fruto da palmeira-açaí, é um verdadeiro tesouro brasileiro. Provém da vasta floresta amazónica, especificamente das regiões do Pará e Amazonas, no norte do Brasil. Este fruto é composto principalmente por sementes, com apenas 10% de polpa. O seu nome vem da língua tupi, “yá-aí”, que significa “fruto que chora”.

Sustentabilidade e Cultivo Local

Todos os anos, no Brasil, produzem-se cerca de 1 milhão de toneladas de sementes de açaí. Como resultado, as sementes (que representam 85% do fruto) tornam-se um subproduto. No estado do Pará, onde se cultiva aproximadamente 98% do açaí brasileiro, este subproduto tornou-se um problema grave. As sementes costumavam ser descartadas em terrenos abandonados, ocupando hectares de terra e tornando-se vetores de doenças.

A utilização deste subproduto, as sementes de açaí, como elemento natural para a criação de ecojoias, não só contribui para a resolução de um grave problema ambiental, como também se torna uma solução sustentável. Estima-se que diariamente sejam descartadas cerca de 16 toneladas de sementes no meio ambiente, o que sublinha a importância dos esforços destinados a procurar ações, como a reutilização das sementes, que possam inverter ou reduzir esta situação.

Os poderes sagrados da semente de açaí

Os povos indígenas brasileiros atribuem grande importância espiritual e mágica à semente do açaí. Considera-se um símbolo de vitalidade e energia. Acredita-se que as sementes possuem poderes de cura, proteção espiritual e força.

Alguns povos indígenas utilizam as sementes em rituais, moendo-as e misturando-as com outras plantas medicinais para criar poções ou amuletos. Acreditam que estas preparações podem afastar doenças, más energias e forças negativas, além de promover a saúde e o bem-estar.

Além disso, as sementes do açaí são frequentemente usadas em cerimónias xamânicas e rituais de comunhão com os guardiões da floresta. Acredita-se que as sementes têm o poder de facilitar a comunicação com os seres sagrados e ancestrais, proporcionando orientação e proteção aos membros da comunidade.

Jaboncillo

O Jaboncillo é uma árvore nativa do Brasil que cresce em diversos biomas da Amazónia. Com até 17 metros de altura, é conhecida pelos seus frutos, que possuem propriedades detergentes naturais, sendo utilizados na produção de sabão e na medicina tradicional. As comunidades indígenas da Amazónia consideram esta árvore um símbolo de ligação à terra, utilizando as suas sementes para higiene e rituais. A sua preservação é fundamental para a biodiversidade e a cultura indígena.

Tesouro ancestral de purificação e conexão espiritual

O Jaboncillo é um símbolo de purificação espiritual, um vínculo sagrado entre o mundo físico e o espiritual, enraizado nas tradições ancestrais e na sabedoria da natureza. Para os indígenas do Brasil, esta semente possui o dom de afastar energias negativas, proteger contra espíritos malignos e estabelecer uma conexão profunda com a natureza e os antepassados.

O Jaboncillo é utilizado em rituais de passagem e iniciação, onde a sua essência representa a renovação e a preparação espiritual para os desafios da vida.

Coco Tucum

O coco tucum é uma palmeira nativa da América do Sul, especialmente do Brasil, conhecida pelas suas espinhas, utilizadas pelos povos indígenas para coser. Os seus frutos maduros, pequenas bagas redondas, são ricos em óleo e usados tanto na culinária como em cosméticos. Esta árvore desempenha um papel vital nos ecossistemas tropicais, fornecendo alimento a diversos animais e protegendo-se dos herbívoros com as suas espinhas. No entanto, enfrenta ameaças devido à desflorestação, o que torna essencial a sua conservação para preservar a biodiversidade regional.

Tucum: o poder da fertilidade

As sementes do Coco Tucum são veneradas entre várias etnias indígenas brasileiras como portadoras de poderes mágicos, capazes de promover a fertilidade, a abundância e a renovação.

Utilizadas há séculos em rituais e práticas espirituais por comunidades como os Yanomami, os Tikuna e os Kayapó, entre outras, as sementes assumem um papel sagrado, especialmente entre casais que desejam conceber filhos. Estas etnias usam amuletos e talismãs feitos com as sementes como parte integrante de cerimónias que celebram a vida, a fertilidade e a continuidade da linhagem, confiando na sabedoria transmitida pelos seus antepassados.

Assim, a tradição da semente de Coco Tucum como amuleto de fertilidade e renovação estende-se por várias culturas indígenas, enriquecendo as suas práticas espirituais e fortalecendo os laços com a terra e com as suas identidades étnicas.

Coco Guariroba

A guariroba é uma palmeira nativa do cerrado brasileiro, que pode atingir até 20 metros de altura. O seu tronco é utilizado na construção civil, e as suas folhas servem de alimento para animais e como material para habitações. Os seus frutos contêm uma noz apreciada na gastronomia local e utilizada nas indústrias alimentar e cosmética.

O principal produto da guariroba é o seu palmito, muito utilizado na culinária de Goiás e Minas Gerais. Esta planta é resistente e contribui para a regeneração de áreas degradadas. As sementes, com valor cultural e económico, são altamente valorizadas na criação artesanal.

Guariroba: um portal para o mundo espiritual

Os povos indígenas consideram a semente do Coco Guariroba como um portal para um plano transcendente. Em cerimónias e rituais sagrados, a sua presença é essencial, simbolizando a ligação entre o mundo terreno e o divino. Xamãs e líderes espirituais utilizam-na para buscar orientação, proteger as suas comunidades e realizar rituais de cura enraizados na crença na intercessão divina.

Estes poderes ocultos representam a conexão entre os planos físico e transcendente, onde a semente é vista como um meio de comunicação com os reinos divinos e de canalização de energias sagradas com fins terapêuticos e de elevação espiritual.

Lágrimas de Job

Esta planta, introduzida no Brasil, destaca-se pela sua capacidade de se adaptar a diversas condições climáticas. Cultivada principalmente por comunidades indígenas e rurais, tem sido apreciada desde a antiguidade pelas suas propriedades medicinais e nutritivas. Além disso, estas sementes fizeram parte de tradições culinárias e artesanais durante séculos, incluindo a produção de cerveja na Índia há mais de 3000 anos.

Valorizadas pela sua beleza, durabilidade e leveza, as sementes de Lágrimas-de-Job transformam-se em peças únicas quando convertidas em ecojoias sustentáveis. O seu uso promove a conservação dos ecossistemas e das práticas agrícolas tradicionais, além de apoiar economicamente as comunidades locais, fortalecendo a ligação entre cultura, sustentabilidade e artesanato.

Amuleto da sorte: a proteção da semente de Lágrimas-de-Job

Na tradição dos povos indígenas amazónicos, a semente de Lágrimas-de-Job é venerada pelo seu poder de proteção espiritual contra a inveja e o mau-olhado, ao mesmo tempo que atrai sorte e prosperidade.

Usar uma destas sementes é considerado um poderoso amuleto de proteção e sorte, capaz de repelir energias negativas e atrair influências positivas para a vida das pessoas. Assim, para muitos indígenas, a simples presença da Lágrima-de-Nossa-Senhora nas suas vidas representa não só um símbolo de proteção, mas também uma fonte de esperança e fortuna.

Tagua (Jarina)

O Tagua, também conhecido como Jarina, é uma palmeira nativa das florestas tropicais da América do Sul. As suas sementes, com padrões únicos e cores naturais, são apreciadas pela sua beleza e versatilidade. Utilizado como uma alternativa sustentável ao marfim animal, o Tagua não representa qualquer ameaça às populações de animais selvagens. A sua colheita, respeitadora do meio ambiente, é praticada há gerações.

Conhecido como “marfim vegetal”, o Tagua é valioso tanto cultural como economicamente, sendo essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas amazónicos e para o bem-estar das comunidades locais.

Símbolo inspirador de resistencia y resiliencia

A semente de Tagua, tal como a grande maioria das sementes, além de proteger contra energias negativas e espíritos malignos, exerce também um poderoso simbolismo entre os povos indígenas amazónicos, representando uma narrativa de resistência e resiliência.

Considerada uma planta que floresce em ambientes desafiantes da selva, o Tagua personifica a capacidade de superação face às adversidades da vida. Para estas comunidades, o Tagua é um símbolo inspirador de persistência, lembrando-lhes a importância de enfrentar os obstáculos com coragem e determinação, e de encontrar força na ligação com a natureza.

Jupati

Esta palmeira, também conhecida como «ráfia», é originária da região amazónica e caracteriza-se pelas suas folhas palmadas e frondosas que se erguem majestosamente na floresta tropical. A semente de Jupati é única em vários aspetos e foi integrada na cultura e no quotidiano das comunidades indígenas da Amazónia, sendo utilizada pelas populações ribeirinhas na confecção de diversos objetos do dia a dia.

Uma curiosidade interessante sobre a semente de Jupati é que é conhecida por ser uma das maiores sementes do mundo. Estas sementes podem atingir tamanhos notáveis, muitas vezes ultrapassando os 5 centímetros de comprimento e os 3 centímetros de largura.

As comunidades indígenas e locais que dependem das sementes de Jupati costumam seguir práticas de colheita controladas e cuidadosas. Isso implica a recolha de sementes maduras sem danificar a planta-mãe. As sementes são extraídas de forma seletiva, permitindo que a planta continue a crescer e a produzir sementes nas épocas seguintes.

Guardianes de la pureza: la protección y purificación de la semilla de Jupati

Para os povos indígenas Tikuna da Amazónia, a semente de Jupati é um símbolo poderoso de purificação e proteção. Nas suas práticas culturais e rituais, a semente é reverenciada pela sua capacidade de afastar doenças e males espirituais.

Os Tikuna utilizam-na em cerimónias de cura, onde acreditam que a sua energia vital é capaz de purificar o corpo e a alma, restaurando o equilíbrio e a harmonia com o mundo espiritual. Além disso, a semente de Jupati é usada na criação de amuletos e artefactos sagrados, reforçando a ligação dos Tikuna com as suas tradições ancestrais e fortalecendo a proteção espiritual no seu dia a dia.

Olho-de-boi

Esta planta da família Fabaceae, nativa da América tropical e especialmente comum no Brasil, é conhecida pelas suas fascinantes sementes de cores variadas, que vão de castanho-escuro a tons avermelhados.

Além da sua beleza, o Olho-de-boi desempenha um papel crucial no ecossistema. As suas raízes fixam o azoto no solo, melhorando a sua fertilidade e beneficiando as plantas envolventes. Símbolo da ligação entre a natureza e a sustentabilidade, as suas sementes transformam-se em peças únicas e cheias de significado quando convertidas em ecojoias.

O poder transformador da semente de Olho-de-boi: equilíbrio espiritual e emocional

Na rica tradição das comunidades indígenas amazónicas, a semente de Olho-de-boi é venerada pelo seu poder transformador no equilíbrio espiritual e emocional, sendo considerada um poderoso catalisador para esse equilíbrio. Acredita-se que a sua presença em práticas rituais afasta influências negativas e desperta uma profunda transformação interior. Ao entrar em contacto com a semente durante cerimónias sagradas, os indivíduos são convidados a mergulhar num processo de autoconhecimento e cura espiritual.

Esta transformação caracteriza-se por uma reconexão com as raízes ancestrais, uma compreensão mais profunda da interligação entre todos os seres e uma sensação de paz interior. A semente de Olho-de-boi atua como um guia espiritual, ajudando os indivíduos a enfrentar desafios emocionais, superar traumas e encontrar um estado de equilíbrio e plenitude. Esta viagem interior é essencial para a saúde mental e emocional das pessoas, fortalecendo-as para enfrentar os desafios da vida com sabedoria, compaixão e resiliência.

Baru

O Baru, ou «Cumbaru», é o fruto do majestoso baruzeiro, uma árvore nativa do Cerrado brasileiro que pode ultrapassar os 20 metros de altura. Com a sua copa densa e tronco robusto, esta árvore não só embeleza a paisagem, como também oferece um fruto excecional.

Dentro da sua casca resistente encontra-se uma amêndoa com um sabor delicioso, semelhante ao amendoim, e um perfil nutricional destacado. A polpa do fruto é também uma fonte vital de alimento para animais selvagens e gado, especialmente durante os períodos de seca.

Além dos seus frutos, o baruzeiro destaca-se pela sua madeira de alta qualidade, ideal para carpintaria e mobiliário. As sementes de Baru, com o seu carácter único, transformam-se em peças de ecojoalharia que combinam beleza e sustentabilidade, ligando-te à riqueza do Cerrado.

Traços de resistência: o poder da semente de Baru

A semente de Baru na vida da etnia indígena Kayapó da Amazónia pode ser comparada a uma árvore tenaz que brota no meio do cimento, erguendo-se com determinação perante todas as adversidades. Tal como essa árvore, os Kayapó encontram no Baru um poderoso símbolo de força e perseverança face às pressões externas.

Assim como a semente que cria raízes e prospera em solos áridos, os Kayapó não só utilizam o Baru como alimento, mas também como símbolo da sua capacidade de florescer em meio aos desafios, assim como do poder de resistência e autonomia que impregna a sua identidade, profundamente enraizada na sua terra e nas suas tradições ancestrais.

Paxiúba

A Paxiúba é uma palmeira majestosa da família Arecaceae, essencial nos ecossistemas tropicais da América do Sul, especialmente no Brasil. Com uma altura que pode atingir os 25 metros, destaca-se pelas suas raízes aéreas, que a ajudam a prosperar em solos inundados, e pelo seu papel na regeneração das florestas, fornecendo alimento e abrigo a inúmeras espécies. É comum em áreas próximas a rios e pântanos, sendo também fundamental para a biodiversidade ao sustentar aves e mamíferos.

Esta palmeira tem um profundo significado cultural. As comunidades indígenas aproveitam a resistência da Paxiúba para construir habitações tradicionais e utilizam a fibra para criar artesanato, como cestos, chapéus e tecidos. Além disso, os seus frutos são uma valiosa fonte de alimento.

No entanto, esta espécie enfrenta ameaças devido ao desmatamento e à expansão agrícola. A sua conservação é vital não só para proteger a biodiversidade das florestas tropicais, mas também para preservar as tradições ancestrais que coexistem com estas palmeiras há gerações. A Paxiúba é um símbolo da rica ligação entre a natureza e a cultura.

Paxiúba: Semente de Prosperidade na Amazónia

Para as comunidades indígenas da Amazónia, a semente de Paxiúba representa um símbolo de boa sorte e prosperidade, atraindo energias positivas e oportunidades favoráveis para as suas vidas. O ato de levar ou utilizar estas sementes é visto como um meio de invocar a bênção dos guardiões da floresta, fortalecendo assim a ligação espiritual e promovendo um equilíbrio harmonioso entre os seres humanos e a natureza.

Esta crença profundamente enraizada na magia e espiritualidade da Paxiúba reflete a visão holística e interdependente do mundo mantida pelos indígenas, destacando como as plantas continuam a ser aliadas essenciais na busca do bem-estar e da prosperidade, mesmo num mundo moderno que frequentemente afasta as pessoas da natureza.

SIGA-NOS

@badara.ecojoyas

hola@badara.es

+34 643 046 581
Plaza de España, 1
Ullà (Girona)

Segue-nos

@badara.ecojoyas
Não te esqueças de tirar
uma foto e marcar-nos.